BORA FALAR DE T&D? AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS IV

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(Por Benedito Milioni, exclusivo para a ABTD)

O sub-titulo desse quarto e último artigo é uma expressão idiomática muito comum os EUA, sacada pelo dr. Jack Philips, criador da metodologia definida na sua obra ROI EM TREINAMENTO, e que funciona mais ou menos como o nosso “matar a cobra e mostrar o pau”: é a hora da verdade, quando os resultados devem ser mostrados e provados na dimensão econômico-financeira.

Se o treinamento foi conduzido de forma linear, ou seja, suas fases desdobradas sequencialmente, integradas com precisão e focadas nos objetivos que deram origem aos trabalhos, a dificuldade relativa à medição dos efeitos praticamente desaparece. Na época previamente acertada entre as partes envolvidas, coordenação, treinandos e gestores, devem retomar o plano de aplicação dos conteúdos, mencionados no terceiro artigo dessa série para a ABTD e, por via de reuniões presenciais ou virtuais, resgatar e relacionar os efeitos das ações de treinamento. Feito isso, as informações obtidas devem ser confrontadas com o descrito nos objetivos definidos para as ações de Treinamento, no que deve haver forte senso crítico, olhar racional e muita atenção para os números. Convém não ceder à tentação de adjetivar as informações colhidas, utilizando qualificações como “muitas melhorias”, “excelentes resultados”, “expressivas mudanças no trabalho”. O que enfraquece a credibilidade dessas expressões é a falta de parâmetros numéricos, sustentados pela lógica e fundamentadas em evidências e provas.

Nessa fase, os envolvidos devem questionar cuidadosamente a dissociação das influencias de outras variáveis nas melhorias obtidas pós-treinamento, as quais, na maior parte das vezes, se mostram nas melhorias de processos, incrementos de mão de obra, melhorias nos equipamentos e recursos, reflexos da sazonalidade e outras de menor frequência mas igualmente importantes, a depender das especificidades de cada empresa. Nessa oportunidade cumpre-se uma exigência de ordem ética, na medida em que todos sabemos que não apenas o treinamento teria força suficiente para reclamar para si todos os méritos das conquistas e melhorias.

Finalmente, o que de fato encanta a Direção da empresa: qual foi o ganho monetário das ações de melhorias que foram creditadas ao Treinamento efetuado? Então, mais uma vez é a hora de olhar o diagnóstico efetuado para desencadear a ação de treinamento: quais eram os custo e perdas debitados, à época, das não-conformidades, perdas, desvios, desperdícios, não consecução metas, “gaps” de competência assinalados no processo de avaliação de desempenho, deficiências nas entregas, lacunas de desenvolvimento de desempenhos e contribuições e muito mais. Ressalte-se que ninguém melhor que o treinando e seus gestores para identificar os reflexos e monetarizá-los para o que, se houver alguma dificuldade mais aguda, recomenda-se a busca de apoio nas áreas de Engenharia, Processos e Gestão Financeira da empresa porque com certeza lá serão encontradas respostas elucidativas e valiosos aprendizados.

Para o reporte dos resultados, a mostra dos valores envolvidos se dá por via da aplicação do ROI (Returno on Investment), que resulta da divisão dos resultados financeiros líquidos pelo total dos investimentos efetuados (custos diretos mais custos indiretos, sempre) sendo que os tais resultados líquidos são obtidos mediante a diminuição dos investimentos efetuados do total de resultados totais (também conhecidos como resultados brutos). O resultado dessa operação mostrará quantos reais retornaram, expurgados os custos, por cada real investido no treinamento e, por doutrina e bom senso, esse número sempre deverá ser superior a um.

Mostrar o dinheiro ou “matar a cobra e mostrar o pau” não é, se permitem o trocadilho, um bicho de sete cabeças: é a ponta final da linearidade de um processo que se desdobra de forma contínua e sustentada por fatos e provas concretas, sem julgamentos subjetivos ou o desastroso emprego do “achismo”.

Quer participar do Grupo de Estudos sobre T&D, promovido pela ABTD?

Nesse grupo iremos comentar sobre os artigos e trocar conhecimentos e informações. É uma ótima oportunidade para aprender e fazer networking com diversos profissionais da área! Ao final de cada mês, teremos um encontro presencial na ABTD para nos aprofundarmos ainda mais nos assunto. Esse mês teremos o professor Benedito Milioni com seus mais de 50 anos de experiência.

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